Smartphone com Ubuntu Edge está morto, mas o sonho não acabou

“Estamos aqui reunidos para lamentar a morte do Ubuntu Edge. Este ambicioso projeto tentou eliminar as distinções entre o smartphone e o PC, e embora tenha existido por apenas um breve período, brilhou o suficiente para que seu legado persista no coração de uma futura geração de smartphones”.
A audácia do projeto estava visível desde o começo. Equipado com hardware avançadíssimo e rodando não menos do que três sistemas operacionais diferentes, o Edge certamente era capaz de se destacar quando o assunto eram as especificações técnicas. Mas além de toda a RAM, tela protegida por cristal de safira e trio de sistemas operacionais, o Ubuntu Edge foi um “profeta”, criado para nos levar a uma era onde um único aparelho seria capaz de controlar muitas telas, e ser muitas coisas: um smartphone quando você precisa de portabilidade, e um desktop quando é necessário ser produtivo.
É um conceito atraente. Milhares de pessoas declararam seu apoio, e mais de US$ 12 milhões foram arrecadados, superando todos os recordes anteriores de “crowdfunding”. Mas como muitos outros profetas ao longo dos séculos, o Ubuntu Edge morreu antes de atingir seu objetivo de US$ 32 milhões.
Mas a história não termina aqui.
O Ubuntu Edge sempre foi projetado para ser não mais do que apenas um passo na jornada visionária da Canonical rumo ao futuro. Um passo inspirador e glorioso, sim, mas apenas um passo, e sempre destinado ao fracasso. A visão do Ubuntu Edge já está atraindo operadoras como mariposas são atraídas pela luz, e de acordo com a Canonical, há fabricantes juntando a coragem para levar adiante as idéias do Edge, com os primeiros smartphones Ubuntu projetados para chegar ao mercado em 2014.
Os discípulos do Edge não serão tão inspiradores quanto o próprio, mas não precisarão ser. O Ubuntu Edge era um sonho, mas aparelhos menos sofisticados baseados no Ubuntu Mobile são a realidade à qual a Canonical quer chegar.
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A interface do Ubuntu no modo smartphone

“O Edge é um carro conceito, que só 40% das pessoas poderiam dirigir”, disse Mark Shuttleworth, fundador da Canonical, ao The Guardian. “Mas também estamos trabalhando em um aparelho que é o equivalente a um automóvel para as massas. Gostaria muito de ver o Edge se tornar realidade, mas nunca esperei que a maioria dos usuários do Ubuntu Mobile viesse dele, mas sim através das lojas. Francamente, gostaria de ver fabricantes de aparelhos modificando seus smartphones Android e colocando o Ubuntu Mobile neles”.
Mas o caminho pode ser traiçoeiro. Embora aparelhos Android modificados para rodar o Ubuntu Mobile certamente possam ser capazes de honrar o legado do Edge, os resultados concretos podem variar, fazendo o “super smartphone” da Canonical se revirar no túmulo. Rodar uma versão desktop completa do Ubuntu exige mais poder de processamento que o disponível em um típico aparelho de baixo custo, e modelos que façam isso aos solavancos podem matar o sonho de um “dispositivo único” mais rápido do que o fracasso do Edge poderia fazer.
Uma visão para o futuro
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Conectado a um desktop, o Ubuntu Edge rodaria exatamente a mesma versão do Ubuntu que os PCs

Mas os fiéis não precisam temer. Mesmo que os smartphones atuais não consigam realizar o sonho, os melhores dias do Ubuntu Edge ainda podem estar pela frente. Nas palavras de Ben Bajarin, diretor de tecnologia de consumo da Creative Strategies:
“O Ubuntu Edge tem um paradigma de interface muito centrado no futuro”, me disse ele recentemente, nos últimos dias da campanha. “Não acredito que seja algo que veremos “estourar” logo… acredito que um dia, quando tivermos tanto poder de processamento em nossos smartphones e tablets que não haverá motivo para que eles não possam controlar todas estas outras telas e se tornar todos estes outros PCs. E acredito que o que a Canonical está fazendo com seu software de modo “duplo” é bastante interessante.”
“É um conceito muito intrigante, e podemos argumentar que ao longo dos próximos 5 ou 10 anos, todas a tecnologia necessária estará disponível para oferecer uma experiência tão boa quanto a que você tem hoje em um notebook ou desktop”.
Via: IDGNow

Preço para obter o Ubuntu Edge é reduzido novamente: US$ 695, agora sem limites na quantidade

A Canonical reduziu mais uma vez o valor para os interessados em obter o Ubuntu Edge, projeto de smartphone topo de linha com Ubuntu e Android.
A meta da empresa é arrecadar US$ 32 milhões dos interessados em ver o aparelho virar realidade. Nos primeiros dias a arrecadação foi bem amistosa, mas deu uma caída: faltam 13 dias e no momento o projeto arrecadou menos de US$ 9 milhões. Falta muito para os 32.
Com a redução (e a promessa de não ter mais reduções) o valor mínimo para colaboração fica em US$ 695 (dando direito a um aparelho assim que o projeto for finalizado). A Canonical promete não reduzir novamente o preço, e agora não há mais limites na quantidade de aparelhos que podem ser solicitados. O preço inicial antes ficava em US$ 830, com os primeiros compradores obtendo um valor promocional de US$ 600. Posteriormente os valores foram reduzidos em pacotes limitados de US$625, 675, 725, e 775. Agora, com a última redução para US$ 695, quem pagou mais do que isso será reembolsado no final da campanha.
Segundo a própria Canonical a redução no valor foi atribuída a grandes negociações com fabricantes e fornecedores de componentes, permitindo baratear os aparelhos finais.
Ontem o Bloomberg fez a maior contribuição individual: US$ 80 mil para um pacote com 100 aparelhos Ubuntu Edge. É provável que alguma grande empresa – ou a própria Canonical – funde o restante ao final da campanha, já que no ritmo atual atingir os US$ 32 milhões parece impossível.
Notas da empresa e detalhes sobre a campanha podem ser vistas na página de arrecadação do Indiegogo.

Ubuntu Edge: Doações caem e surge o perigo de cancelamento

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Depois de uma fantástica estreia, com a arrecadação de U$ 3,5 milhões em apenas 24 horas, o sinal de alerta acendeu para a Canonical, visto que a queda de doações tem caído cada vez mais.
O ambicioso projeto de financiamento coletivo para a criação de um smartphone com excelente hardware, mas de custo relativamente baixo, o Ubuntu Edge já tem previsão de atraso para seu lançamento, mas pode até mesmo ser cancelado devido a forma que os sites de crowdfunding trabalham.