Porque o Bill Gates não pode salvar a Microsoft

Opinião: porque o Bill Gates não pode salvar a Microsoft 
Agora que o CEO Steve Ballmer anunciou que deixará a Microsoft em algum momento do próximo ano, algumas pessoas esperam que Bill Gates deixe a aposentadoria e volte como a cavalaria dos EUA para salvar a empresa sitiada. Isso não vai acontecer.
Gates não pode salvar Microsoft. Ele é, pelo menos, parcialmente responsável pelos problemas atuais da empresa, porque Ballmer em seus anos na Microsoft  principalmente seguiu as o manual de Gates, que afirma que o Windows é peça central da Microsoft. 
E aderindo a essa mentalidade, a Microsoft ficou muito para trás em áreas de grande crescimento, notavelmente busca web e mobilidade.
Desde a aposentadoria de Gates das responsabilidades do dia a dia da Microsoft para se concentrar na Fundação Bill e Melinda Gates, ele assumiu uma aura pode-fazer-nada-errado. 
Se apenas ele ainda dirigisse a Microsoft, uma linha de pensamento, a empresa seria capaz de ver seu caminho para fora da selva. Afinal de contas, Bill Gates foi o visionário que, em 1995, escreveu um memorando intitulado “The Internet Tidal Wave”, no qual ele declarou que “o nosso foco na Internet é crucial para todas as partes do nosso negócio. A Internet é o mais importante desenvolvimento a surgir desde o IBM PC em 1981.”
Tal pensamento ignora que as sementes dos problemas atuais da Microsoft foram plantadas com Gates. Uma coisa é ter uma visão e outra é colocá-la em prática. E é aí que Gates falhou. Três anos depois que ele escreveu esse memorando, a Microsoft manteve-se focada principalmente no Windows e não tem uma estratégia de Internet sólida. Uma startup chamada Google nasceu naquele ano. O resto é história.
A Microsoft acabou com as suas chances em computação móvel sob o comando de Gates também. Em 2001, quando o executivo entregou sua posição como CEO a Ballmer, mas foi o arquiteto-chefe de software da empresa, a Microsoft anunciou o seu Tablet PC – essencialmente um computador em forma de tablet, que custava milhares de dólares e rodava Windows. Ninguém queria um. Não até a Apple lançar o iPad, nove anos depois, que a computação em tablet decolou.
Também com Gates, a Microsoft desenvolveu um smartphones anos antes do iPhone. Chamado de Windows Mobile, ele foi lançado em 2000, e foi construído em versões anteriores de vários sistemas operacionais Windows Mobile. Mais uma vez, o Windows era a peça central. E mais uma vez, poucas pessoas queriam um.
Gates e Ballmer, durante anos, compartilharam de uma visão comum sobre a Microsoft: use o Windows como uma arma para assustar os parceiros, vencer a concorrência e tê-los em suas mãos, e ganhar participação em mercados relacionados, tais como navegadores e suites de produtividade. Essa estratégia, desenvolvida sob o comando de Gates, levou à acusação antitruste bem sucedida do governo dos EUA contra a Microsoft.
A estratégia continua hoje com o Windows 8. Aparentemente, a Microsoft pensou que a melhor maneira de impuldionar no mercado de tablets seria desenvolver um único sistema operacional, baseado em toque para PCs tradicionais e tablets. 
Porque o Windows domina o mercado de PCs tradicionais, o pensamento foi que as pessoas iriam se acostumar com a interface em seus computadores e, em seguida, sairiam correndo para comprar os tablets Windows 8. Era a técnica tirada diretamente da cartilha de Gates. E ela falhou até agora.
Então critique Ballmer se é tudo o que você deseja para as desgraças da Microsoft. Mas Ballmer apenas fez o que Gates tinha feito antes dele, e pelo mesmo motivo Gates não é a pessoa que pode guiar a Microsoft a um futuro melhor. Gates provável reconhece isso. 
Não há provas de que ele estava pelo menos parcialmente por trás do anúncio surpresa de demissão de Ballmer. Se ele estava, isso significa que ele reconhece que é necessária uma nova visão para a empresa, e não uma apegada ao passado como a Ballmer era – e como a de Gates tem sido assim.
Via: IDGNow

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